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terça-feira, 24 de março de 2009

Núcleo de Picinguaba continua ocupado; moradores prometem resistir à ação da PM.


Lucas Conejero


A reportagem do Imprensa Livre esteve no núcleo de Picinguaba na tarde de ontem e pode constatar que o local continua ocupado por cerca de 200 manifestantes, entre eles, crianças, mulheres e idosos.

De acordo com a liderança, o movimento só deixará o núcleo após as três reivindicações principais serem atendidas: luz elétrica para todos, licenciamento emergencial e desafetação da área ocupada pelos agricultores, que pertence ao Parque Estadual da Serra do Mar. Os manifestantes prometem resistir mesmo em caso de reintegração de posse com apoio da Polícia Militar.

A presidente da Associação dos Moradores do Ubatumirim, Ana Rosa dos Santos Barbosa, justificou a ocupação. “Há muito tempo que estamos sofrendo com essa repressão sem cabimento. A grande maioria dos moradores está naquela região há décadas, bem antes da criação do Parque. Se ele se encontra intacto é por que nós moradores o mantivemos assim, não é justo que nos impeçam de trabalhar ou nos retirem de lá à força”, entende Ana Rosa.

“As pessoas dependem daquele pedaço de terra para sobreviver. Já tentamos marcar reuniões, já procuramos os órgãos, já tentamos de tudo e estamos cansados de promessas vazias”, acrescenta.

Muitos moradores procuraram a reportagem para desabafar seus problemas. Ficou visível a revolta e a disposição em radicalizar o posicionamento político do movimento. Aos prantos, um senhor que não quis se identificar comentava: “Fui preso e algemado. Não estava cometendo crime nenhum. Até mesmo minhas ferramentas eles levaram. Moro nessas terras há mais de 60 anos e isso não é justo”. Outro manifestante completou: “Se eles estavam lá antes da criação do Parque, são parte do patrimônio do Parque e deveriam ser protegidos, não reprimidos”. Ele não quis se identificar alegando que apenas a liderança do movimento tinha permissão para falar oficialmente com a imprensa.

Ainda de acordo com a Comissão de Ocupação, haveria uma reunião na semana passada para debater o tema, mas quando as lideranças do Parque Estadual da Serra do Mar descobriram que os moradores se organizavam para presenciar o ato, transferiram o encontro para um local há mais de 50 quilômetros do núcleo. Dessa forma, uma assembleia realizada às pressas decidiu que o núcleo seria ocupado até que os impasses fossem resolvidos. Dois policiais militares acompanham – de dentro do núcleo – a movimentação dos manifestantes. Eles confirmam a informação de que nada foi depredado. Os manifestantes ocupam apenas o lado externo do núcleo e não adentraram os escritórios.
Dessa forma, uma assembleia realizada às pressas decidiu que o núcleo seria ocupado até que os impasses fossem resolvidos. Dois policiais militares acompanham – de dentro do núcleo – a movimentação dos manifestantes. Eles confirmam a informação de que nada foi depredado. Os manifestantes ocupam apenas o lado externo do núcleo e não adentraram os escritórios.
Reivindicações
Os moradores pedem luz para todos sem a influência de leis ambientais que estipulam os locais que podem receber rede de energia elétrica; licenciamento emergencial nas áreas ocupadas para que se tornem “áreas de exceção” e que os moradores possam “trocar a telha de suas casas”, como disseram, sem pedir autorização para ninguém ou ser multado; e finalmente, a desafetação da área, para que ela seja excluída do Parque Estadual da Serra do Mar.
Fontes do Parque afirmam que existe abuso nas áreas ocupadas e que a grande maioria dos moradores comete crime ambiental. Esse seria o motivo do aumento no nível de repressão pela Polícia Florestal da região. A assessoria de imprensa da Secretaria do Meio Ambiente do Estado foi questionada sobre o posicionamento que iria adotar, mas até o final da tarde as respostas não haviam chegado.
A liderança do movimento acredita que se o assunto não se resolver nas próximas 48 horas a Polícia irá intervir. Os manifestantes afirmam que estão dispostos a resistir e ameaçam até mesmo fechar a Rio-Santos com barricadas.

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